5 grandes empresas que faliram por não inovar

Inovação é atualmente uma palavra-chave para o sucesso empresarial, pois permite que as empresas se adaptem e se mantenham relevantes em um mercado em constante mudança. 

Porém, esta visão sobre inovação nem sempre é presente o suficiente nas empresas e em seus gestores, o que as leva a enfrentar muitos problemas, e inclusive, chegar à falência.

Contudo, com base nas exponenciais transformações tecnológicas que estamos vivenciando, algo é fato: Empresas estabelecidas ou não no mercado jamais podem se acomodar. 

Pensando nisso, neste post comentarei o caso real de 7 empresas conhecidas mundialmente, que faliram por sua falta de visão de mercado e por terem deixado de inovar. Vamos a elas…

Kodak

A Kodak foi fundada em 1888 por George Eastman, que desenvolveu a primeira câmera fotográfica de uso fácil e acessível para o público em geral. 

Durante anos, a Kodak foi uma das principais fabricantes de filmes fotográficos e câmeras analógicas do mundo. Seu slogan “A Kodak moment” se tornou uma expressão comum na cultura popular. 

Além destes produtos, a Kodak também desenvolveu outros itens relacionados a fotografia, como papel fotográfico, produtos químicos para revelação e impressoras.

Em 1975, a Kodak desenvolveu uma grande inovação, criando a primeira câmera digital do mundo, mas decidiu não lança-la, pois temia que o novo produto prejudicasse sua linha de negócios de filmes. 

Ao invés de investir no invento, a empresa optou em se concentrar em seus filmes tradicionais para câmeras analógicas.

Porém, durante seu período de sucesso, novas tecnologias e tendências apontavam em outra direção, a da digitalização, onde câmeras digitais passavam a se tornar cada vez mais populares. 

Neste cenário, empresas como a Fujifilm e a Canon, aproveitaram a brecha de mercado deixada pela Kodak e investiram no segmento, diferenciando-se inclusive em seus canais e estratégias de comunicação, que passaram também a ocorrer por canais digitais.

Nos anos 2000, a Kodak já enfrentava dificuldades financeiras, e em 2012, entrou em falência. Após este período, a empresa conseguiu se reorganizar, passando a concentrar-se em seus negócios de impressão digital e licenciamento de patentes, mas, embora em operação, nunca recuperou seu status de líder do mercado em nenhum segmento.

Blockbuster

A Blockbuster era uma empresa americana de locação de vídeo, fundada em 1985, que rapidamente se expandiu e se tornou uma das principais redes de locadoras de vídeo do mundo, com mais de 9000 lojas. 

A empresa oferecia uma variedade de filmes e programas de TV para locação, incluindo lançamentos e títulos clássicos. Ela também oferecia serviços on-line, como a possibilidade de locação de todos os seus títulos pela internet, que eram entregues fisicamente na casa do locador por correio.

No entanto, a Blockbuster não acreditou no crescimento do consumo de conteúdo em vídeo por streaming, que dava sinais de ganhar a preferência popular, em virtude dos avanços da internet banda larga. Sua decisão estratégica foi não investir em tecnologias deste tipo, decidindo concentrar-se em sua rede de lojas físicas no modelo atual de operação.

Esta postura permitiu que outras empresas, como a Netflix, se destacassem e ganhassem mercado. 

Outro fator estratégico da história da Blockbuster que merece destaque, é o fato dela também não ter se atentado ao aumento das vendas diretas de filmes e programas de televisão pela internet. Sua miopia neste sentido, favoreceu com que a Amazon, ganhasse projeção e ocupasse o lugar de player neste segmento.

Nos anos 2000, a Blockbuster passou a enfrentar dificuldades financeiras, e em 2010, decretou falência. Em2013, após inúmeras tentativas de recuperação, fechou suas portas.

Sears

Sears, Roebuck and Company, ou simplesmente Sears, foi uma empresa americana de varejo fundada em 1886 por Richard Warren Sears e Alvah Curtis Roebuck. 

A empresa começou como uma loja de relógios e joias, mas rapidamente se expandiu para incluir em seu portfólio uma variedade de produtos, como roupas, eletrônicos, móveis e ferramentas. 

A Sears também era conhecida por sua marca de private label, Kenmore, que vendia produtos como eletrodomésticos e ferramentas, comercializados por uma rede própria de lojas de departamentos e uma divisão de catálogos de venda por correspondência.

Estrategicamente, a Sears tinha em seu planejamento operar somente com vendas físicas, mesmo diante de um aumento crescente do varejo on-line. 

Assim, a empresa se concentrou em seu modelo tradicional de vendas exclusivamente físicas, enquanto outras companhias do ramo, investiam em suas presenças digitais e vendas on-line.  Outra questão foi o aumento da venda de produtos personalizados pelos seus concorrentes, prática que a Sears também não buscou se adaptar.

Em 2010, a Sears passou a sinalizar dificuldades financeiras e em 2018, entrou em falência. Em 2019, a empresa fechou boa parte de suas lojas e seus negócios foram vendidos.

Nokia

A Nokia é uma empresa finlandesa fundada em 1865, que começou como uma empresa de papel, e que se expandiu para incluir outras áreas de negócios ao longo dos anos, como a produção de equipamentos elétricos, cabos, televisores e, mais tarde, telefones celulares. 

Ela foi uma das principais fabricantes de telefones celulares no mundo, alcançando uma participação de mercado de cerca de 40% em 2007, ficando conhecida mundialmente por seus smartphones modelos Nokia Lumia e o Nokia N-series, líderes de mercado.

Durante este período, a Nokia se concentrou em seus telefones celulares baseados em Symbian, enquanto outras empresas, como a Apple e a Samsung, lançavam smartphones baseados em sistemas operacionais mais versáteis como iOS e Android, que permitiam a criação de aplicativos por qualquer desenvolvedor. 

Outra característica adotada pelas concorrentes da Nokia, mas que não se tornaram prioridade nos dispositivos da empresa, foram as telas grandes, sensíveis ao toque e os recursos avançados de câmera. 

Devido à perda de marketshare, em 2011, a Nokia enfrentando grandes dificuldades financeiras, vendeu sua divisão de telefones celulares para a Microsoft. Em 2016, decretou falência.

BlackBerry

A BlackBerry é uma empresa canadense que foi fundada em 1984 como Research In Motion (RIM), que se especializou no desenvolvimento de dispositivos móveis e software de comunicação eletrônica, incluindo smartphones, tablets e seus sistemas operacionais. 

A empresa foi conhecida por seus smartphones com teclado QWERTY, que eram populares devido à sua facilidade de digitação. Junto aos dispositivos, também eram oferecidos serviços de comunicação como o BlackBerry Messenger (BBM), um dos primeiros aplicativos de mensagens instantâneas para smartphones.

Mas, essas características não foram as grandes responsáveis pelo sucesso da companhia, mas sim, seus sistemas de segurança, que fizeram com que seus dispositivos ganhassem a preferência de usuários preocupados com a privacidade de seus dados.

Para que esta segurança pudesse ser realmente eficiente, a BlackBerry desenvolveu uma arquitetura de segurança proprietária com recursos de criptografia de ponta. 

Sua plataforma de segurança, chamada BlackBerry Enterprise Server (BES), permitia aos usuários conectarem seus dispositivos BlackBerry a redes corporativas e governamentais de forma segura. Isso incluía criptografia de dados, autenticação forte e gerenciamento de dispositivos remotos. 

A BlackBerry também incluía recursos de segurança avançados em seus dispositivos, como criptografia de disco, detecção de intrusão e backup automático de dados. 

Estas funcionalidades exigiam que o sistema operacional e os aplicativos executados nos dispositivos fossem extremamente controlados, sendo desenvolvidos exclusivamente pela empresa, indo no sentido contrário aos seus concorrentes.

Outra divergência da BackBerry em relação ao mercado foi com um de seus diferenciais, o teclado QWERTY, que gradativamente perdia espaço para dispositivos com telas grandes e sensíveis ao toque. 

As dificuldades financeiras da BlackBerry ficaram contundentes em 2010, e em 2013, a empresa cortou cerca de 40% de sua força de trabalho. Mesmo com inúmeros esforços, em 2016 anunciou que deixaria o mercado de smartphones. Em 2019, a BlackBerry vendeu sua divisão de software e serviços para a BlackBerry Limited, uma companhia de segurança cibernética.

Por que isso é importante?

As empresas citadas neste post cometeram erros que foram cruciais em sua história. Alguns desses erros incluem:

Falta de visão de futuro

Não prever, entender e se adaptar às mudanças e tendências do mercado é um erro clássico, que pode colocar em risco o futuro de qualquer negócio. 

Falta de inovação

Optar por não inovar, faz com que companhias permaneçam em sua zona de conforto na esperança de serem capazes de preservar suas posições, como se pudessem permanecer vivas sem se reinventar ou se adequar ao mercado.

Falta de flexibilidade

A falta de flexibilidade não permite experimentações, e consequentemente, conduz à falta de inovação e à concentração em linhas e estratégias tradicionais já existentes, e talvez, prestes a se tornarem ultrapassadas.

Falta de adaptação a novos modelos de negócios

Não conseguir enxergar e desenvolver novos modelos de negócios, que possam provocar mudanças e disrupções em seus mercados é um grande erro. Como disse Bill Gates, seja o primeiro a inovar ao ponto de ser capaz de destruir seu negócio atual.

Conclusão

Em conclusão, a inovação é crucial para o sucesso empresarial, independente do tamanho ou segmento de mercado que um negócio atue. 

Por isso, as empresas precisam estar sempre atentas às mudanças que ocorrem a nível global, e com base nelas, buscar formas de se adaptar e se reinventar. 

Quando o timing para inovar passa sem que nada seja feito, as empresas colocam-se em risco, podendo enfrentar problemas financeiros e dificuldades competitivas, como foi o caso das empresas mencionadas neste post. 

Além disso, a falta de inovação, na melhor das hipóteses, pode fazer com que negócios percam sua vantagem competitiva e sejam superados rapidamente por concorrentes mais inovadores.

Antes de terminar, embora pouco comentado aqui, faço um destaque especial à Inovação em Marketing, que é fundamental para que empresas se mantenham competitivas e gerando negócios. Isso inclui atenção a novas tecnologias, canais de comunicação, ferramentas e estratégias.

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