Ao esbarrar-se com o termo “experiência imersiva” o que vem à sua mente?
Tem sido comum associarmos experiência imersiva à realidade virtual, metaverso e outras inovações que integram nosso cotidiano. Porém, seu significado engloba tecnologias que a tempos são usadas pelas indústrias de mídia e entretenimento para influenciar comportamentos.
Você já pensou sobre o quão imersivo é assistir a um filme no cinema, onde dezenas de pessoas ficam em uma sala escura, relaxadas, em silêncio, concentradas e receptivas a mensagens que lhes são transmitidas?
Um exemplo deste poder de influência é o filme Top Gun de 1986, que foi responsável por aumentar 500% a procura por alistamento na Marinha americana no ano seguinte ao seu lançamento (Dados: Screenrant).
A influência do filme não parou por aí. No mesmo período verificou-se um aumento de 40% nas vendas de óculos estilo “aviador”, incluídos propositalmente na obra. A ação foi fruto de um acordo entre a marca Ray-Ban e os produtores do filme.
Este é apenas um exemplo de como experiências imersivas são capazes de influenciar pessoas em vários níveis, seja introduzindo desejos, hábitos, novos conceitos e ideias; seja estimulando mudanças comportamentais.
Segundo o estudo American Soft Power Through Hollywood Superhero Movies, a Agência Central de Inteligência (CIA) e o Departamento de Defesa (DoD) atuam fortemente em Hollywood influenciando os conteúdos produzidos, e inclusive, financiando alguns deles.
Outro exemplo interessante são as novelas, onde o expectador imerge em uma estória e recebe mensagens diariamente, sempre no mesmo horário e por longos períodos.
Vale ressaltar que experiências imersivas não são proporcionadas apenas por tecnologias inovadoras ou por filmes, novelas e eventos de imersão. Séries, podcasts, livros, e até mesmo games podem ser usados com inúmeras finalidades.
Como afirma Joseph Nye (1990), cientista político: “a melhor propaganda não é a propaganda”.